Por que mantemos essa grande dádiva da atenção tão bem escondida em nós? Por que continuamos a dar moedas sem coragem de olhar para o rosto daquele que pede? Por que não nos juntamos àquele que come sozinho no refeitório, mas procuramos aqueles que conhecemos tão bem? Por que são tão raras as vezes em que batemos em uma porta ou pegamos o telefone só para dizer um alô?, ou só para mostrar que estávamos pensando nos outros? Por que é tão difícil receber um sorriso e tão difícil ouvir palavras de consolo? Por que é tão difícil expressar gratidão a um professor, admiração a um aluno e apreço aos homens e mulheres que cozinham, limpam ou cuidam de um jardim? Por que costumamos ignorar uns aos outros sempre que estamos nos dirigindo para algo ou alguém que julgamos ser mais importante?
Talvez, simplesmente, porque nós mesmos estejamos tão preocupados em ser singular e único que nem mesmo nos permitimos despir nossa pesada armadura e tornarmo-nos companheiros em mútua vulnerabilidade. Talvez estejamos tão cheios de nossas próprias opiniões, idéias e convicções que não nos resta espaço para ouvir o outro e aprender com ele. [Henri Nouwen]


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Diz um ditado: "Com um amigo ao lado, nenhum caminho é longo demais".
O amigo ao lado nos dá forças para continuar, apesar de todas as adversidades. Ele nos sustenta para não desistir, quando estamos encostados na parede. Ele nos motiva na ousadia da luta pela vida. Sem amigo corremos o risco de perder o chão sob os pés. Sabendo que meu amigo me apóia, os problemas se relativizam. Sem amigo, eu já teria dito diversas vezes: "Dane-se!". Mas sei muito bem que isso não teria feito favor algum a mim e às pessoas ao meu redor. A conversa com o amigo me permite descobrir o meu próprio modelo de vida. Eu sinto que entraria num beco sem saída. O amigo me preserva disso. Ele me dá aquele fôlego longo de que preciso para terminar minha caminhada. [Anselm Grün]