Diferente de uma reforma, nós cremos numa Revolução do Evangelho. A Revolução só incluirá os cristãos se eles tiverem a coragem de desistir do cristianismo e abraçar o supremo e seguro risco de apenas andar conforme a revelação da Graça de Deus em Cristo, pela Fé, visto que a promessa é que o próprio Espírito sempre haverá de nos conduzir a toda Verdade.

A Revolução do Evangelho não se atém a nenhuma preocupação com construção de coisa alguma. De fato, o grande problema sempre teve a ver com a necessidade de segurança que as pessoas dizem precisar — o que a religião ficticiamente oferece —; e que as impede de apenas andarem pela fé no que Jesus já fez e consumou por todos os homens, daí a perplexidade e a insegurança de ser “dos do Caminho”.

Se quisermos algo sério de verdade, temos que saber que isso demandará de nós uma volta humilde e sem tradições para a Palavra, isso a fim de sermos completamente lavados das tinturas com as quais o cristianismo pintou a fé para nós.

Sei que o que digo é verdade segundo o Evangelho, mas também sei que tal fé é incompreensível para as mentes viciadas no Cristianismo como Religião; e sei que é desinstaladora demais para aqueles que vivem do negócio clerical cristão.

O que creio, portanto, é que há um Basta de Deus em processo de eco no ar... O Reino é Dele. A Igreja é Dele. O Povo é Dele. E Ele mesmo haverá de nos surpreender!

Quem, todavia, deseja “Reformar o Sinédrio”, e pensa que esta é nossa intenção, não nos procure; pois, “reformar o Sinédrio” é sonho de fariseu; sonho esse que Jesus nunca sonhou; por isto mesmo nunca fez nada a respeito! Não adianta brigar contra a Potestade da Religião. Ela se alimenta da briga contra ela. Sim! O ódio a alimenta e a rejeição a fortalece em seus ódios.

Quem, porém, desejar o Novo, então, se quiser ajudar, que não faça mais nenhuma barganha com a religião cristã, e em contrapartida, que se entregue de coração ao Evangelho de Jesus. Que viva conforme a simplicidade da fé que confia que Tudo está Feito, e que não sobrou tarefa complementar e vicária a ser realizada por mais ninguém, nem pela igreja.

O preço que as pessoas pagam pela submissão aos mandamentos de homens é absolutamente inconcebível. Esta é a razão porque a maioria dos cristãos tem apenas “apologia” doutrinária para fazer em defesa da Fé; mas não é ela mesma a grande apologia do Evangelho pela demonstração natural de uma existência livre e pacificada no amor de Deus.

Agora, posto o machado na raiz de toda árvore, chegou o tempo de ser ou não ser; de abraçar o Evangelho, ou, de uma vez, assumir que somos apenas filhos de um híbrido, de uma “frankensteinização” que monta pedaços da revelação conforme a necessidade moral, social, política, econômica; e conforme o curso deste mundo.

Desse modo, sei que sou uma voz quase solitária no deserto.

Mas, na hora em que milhares e milhões, que assim crerem, passarem a viver livres conforme o Evangelho, então, sem pai, sem mãe e sem fundador, a revolução se estabelecerá: sem sede, sem geografia, sem dono, sem tutor, e sem reguladores da fé. Isso, todavia, só será real e genuíno se Jesus for tudo, e o espírito do Evangelho da Graça se tornar a única Lei da Vida.

Caio Fábio

O Reino é simples!



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