Como diretores do Caminho-Nações ficamos gratos pela divulgação do trabalho em prol do orfanato nigeriano para o bem do qual estamos empenhando nossas vidas.

A matéria, entretanto, transpareceu uma condição institucional que não se refere exatamente a nós.
Talvez isso seja assim em função do público do site. Mas termos como "pastores" e "missão evangélica Associação Humanitária" são forçados e certamente não foram citados pela jornalista na entrevista concedida à Rádio Globo. Por uma razão simples: nenhum dos voluntários é pastor, senão como dom, mas não por ofício (essa informação não consta de fonte alguma, muito menos da tal entrevista) . E além disso, a missão, mesmo de motivação cristã, como o site www.caminhonacoes.com a caracteriza, não é EVANGÉLICA.

A jornalista não evitou dizer que a missão é evangélica para então poder ter espaço na mídia secular não. A MISSÃO NÃO É EVANGÉLICA MESMO, no sentido de possuir práticas que não coadunam com a praxis evangélica contemporânea.

Apesar de desejar todo dia que a Igreja Evangélica se regenere, que fique claro que O CAMINHO DA GRAÇA, que gerou o CAMINHO-NAÇÕES, é movimento de consciência no Evangelho, divorciado e desvinculado da Igreja Evangélica Brasileira. Todos sabem que ele é fruto da pregação de Caio Fábio, acessível tanto pelo site www.caiofabio.net como pela TV por internet www.vemevetv.com.br, e o Caminho-Nações é inspirado em seu legado de ação social desde a época da VINDE.

Logo, apesar da motivação cristã de cada um dos seus diretores, nosso braço humanitário atua de modo não-proselitista e tem voluntários e parceiros das mais diversas religiões ou de religião alguma, pois seu dogma único é o Amor, e muitos não-religiosos AMAM O PRÓXIMO; e se o fazem, conhecem a Deus! Pensamos assim de verdade! Não é estratégia de mercado ou tática evangelística. Perguntem para a Jornalista, QUE ALIÁS É ESPÍRITA.

Logo, aos olhos da Igreja, até ontem éramos seita, hereges, liberais, e algumas definições outras mais pesadas, como falsos-profetas, etc. Hoje vejo comentários pela net que o trabalho do Caminho-Nações é a prova da boa aplicação do dízimo evangélico. Mentira. Nem tem dízimo no Caminho, como comunidade de fé!!! Nunca teria no "Caminho" algo que não fosse fruto de uma consciência livre no Evangelho para dar ou deixar de dar, "conforme cada um propôs em seu coração". Não é obrigação, e só vale se for por amor! (Viu como não somos "evangélicos"!)

A matéria induz que o testemunho da Tatyana Jorge seja capitalizado pela Igreja Evangélica. Faz isso ainda que o faça sem consciência, voluntariedade ou dolo. Então, já que o jornalismo é livre para interpretar como desejar as realidades, uso esse espaço para expor a nossa como a compreendemos:Tanto a honra como a vergonha de ser quem somos é nossa, e não compartilharemos com uma instituição que perdeu sua própria Mensagem quando transformou Jesus num pacote doutrinário perverso de assimilação da teologia da prosperidade e seus filhotes. Nos comentários acima, que é impossível ler de modo compreensível dado às brigas e discussões que falam de tudo menos da matéria em si, aparecem embates sobre Universal x Mundial. Enfim, essa discussão não é nossa! Edir Macedo pertence àqueles que o engoliram como evangélico, a saber: a liderança evangélica que não repudiou sua prática e ainda se aproveitou dela para "making money" como ele. Já fomos evangélicos, até que o pastor Caio perdeu a briga para o sincretismo proposto por essa "igreja" na década de 1990, quando os evangélicos aceitaram, e mais que isso, passaram a imitar seus princípios mercadológicos de atuação.

Agora que sua prática infame se disseminou falta à igreja bom testemunho público de amor desinteressado na direção do próximo E O POVO ESTÁ SOFRENDO MUITO! Queríamos nós que esse pouquinho que fazemos pudesse ser aproveitado pela Igreja Evangélica para atrair mais gente para suas fileiras e lhes apresentar a salvação em Cristo. Mas não será assim. Quem apresentar um alguém á igreja de hoje, o lançou num mundo de terror, ameaça celestial, juízo comunitário, justiça própria, cultos avivados e vida sem culto! E é lógico que reconhecemos as exceções...

Quem decidir nos ajudar, saiba disso: Não somos evangélicos, apesar da matriz cristã. Quem decidir doar seus dízimos ao Caminho-Nações terá que fazê-lo consciente disso, que entre nós trabalham espíritas, católicos, ateus, muçulmanos, samaritanos e judeus, e até evangélicos, e outras pessoas gente boa de Deus que não são julgados pela tarja religiosa que carregam, pois só Deus conhece os seus e tudo que queremos é AMAR O MUNDO ATÉ QUE O MUNDO ODEIE O AMOR!

Desse modo, quando a gente se ferrar, será sozinho, e nesse dia, nenhuma fonte evangélica nos chamará "evangélicos", disso sabemos! Quando a gente salvar gente destruída na vida, glórias sejam dadas a Deus (a Deus sim!) por milhares de cristãos e não-cristãos que caminham conosco em alegria, paz e esperança renovadas!

Marcelo Quintela
www.caminhonacoes.com